domingo, 17 de abril de 2011

Questionamentos

Onde estão os valores que aprendi que existiam?
Onde estão as pessoas com boas intenções desprovidas de interesse?
Onde está a paz que tanto desejamos?
Onde vive a solidariedade tão almejada?
Onde estão as pessoas que não pensam nos bens que possuem?
Qual será o legado que deixaremos a nossos filhos?
Um pedaço de terra deste latifúndio?
O apego ao que pode ser tocado é tão forte
Sendo esquecido exatamente o que mais importa: o intocável
Aquilo que de fato é o que engrandece nossa alma
No fundo caminhamos a procura de uma resposta material
Para que o mundo perceba que existimos
E aí sim, ao sermos notados, receberemos aquilo que cada um convém dar
Seja um abraço, um riso, um olhar sincero, um beijo e até mesmo um aconchego
E o que fazer com aqueles que não conseguem ter a matéria almejada pelo meio social?
Onde encontram o abraço, o riso, o olhar sincero, o beijo e o aconchego?
Se os valores invocados neste mundo viessem de dentro pra fora
Todos seríamos felizes incondicionalmente
Seria possível viver tão despretensiosamente?
Não diria despretensiosamente, pois deve existir pretensão para adquirir um sorriso do outro o tanto quanto há pretensão para comprar um bem material, a grande diferença é que a nossa cultura do apego, nos faz sermos refém daquilo que nos é imposto, e realmente somos muito hipócritas, e fazemos projetos sociais defendendo na verdade a alma econômica de uma grande empresa, e se prestarmos muito atenção, veremos que o apego é tão superior a nossa razão que se nos fizermos uma pergunta do tipo: “será que eu abracei uma criança carente alguma das vezes que lhe dei uma esmola?”- com certeza a resposta será não, vez que a cultura do apego é tamanha, a ponto de acharmos que as míseras moedas que damos é o suficiente para calar a boca do pedinte. Podemos até calar a boca do pedinte, mas o sentimento de desprezo aqueles que estão a margem da sociedade, este sim, com moedas não conseguiremos nada resolver. É tão simples, mas parece tão difícil, condicionamos tanto o amor, que amar até mesmo aquilo nos convém- com as características aplaudidas pelo seio social- já é difícil, quiçá amar o desconhecido marginalizado.
Onde está este sentimento amargo dentro de nós? O qual até nos faz nos livrarmos do apego material e darmos umas moedas para um necessitado, mas não nos faz capaz de doar um abraço, um sorriso, um afago aqueles que precisam. Sabe porquê não conseguimos? Somos vazios do amor incondicional, como vamos doá-lo se não temos?
As moedas chegam até sobrar, e doamos...mas uma mão pra ajudar a levantar, essa está cada vez mais deixando de existir. E assim, o que seria fácil- dar um abraço, se torna tão difícil, e o que seria difícil- ter “umas moedas”, se torna tão fácil, que estamos nos apegando e nos desapegando de maneira que os valores estão sendo desvirtuados, e se não tentarmos resgatar o essencial, vai chegar o dia que o amor vai ser uma convenção jurídica, aí sim, teremos um problema, ele não passará de uma lei morta!


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