quinta-feira, 17 de março de 2011

Essencial é não perder a essência


O que há de mais sublime é a essência de um ser, cheia de defeitos e virtudes, capaz de fazer sermos um só e ao mesmo tempo três. Não que sejamos a santíssima trindade, longe disso anda os percalços humanos; mas porque somos homem espírito, homem físico e homem sentimento, e caminhamos em busca do alimento para estas três facetas de uma mesma essência.
Feliz aquele que consegue alimentar bem cada faceta. A primeira dela, eis que vem com o surgimento, antes mesmo de sermos homem, temos pois uma alma que nos permeia e nos enaltece, e para zelá-la precisamos nos enchermos de uma fonte de fé, independente de religião ou crença, mas que seja fortalecida por um credo capaz de criar limites de valores que comunguem o amor, a paz e a união.
O homem físico, ele precisa de alimentos orgânicos, necessita de um organismo vital para conseguir gozar do que a primeira faceta de sua essência é capaz de lhe proporcionar, vez que sem a saúde o espírito se enfraquece, não tem forças para lutar pelo amor, nem coragem para encontrar a paz, muito menos vontade de buscar a união.
O homem sentimento, embora contraditório terminologicamente, é aquele que pensa, vez que não há nada mais racional que ser capaz de sentir o que cada valor essencial significa, e assim, esclareço aqui, para sentir o amor é preciso pois saber antes o que é o amor, e para senti-lo sem ter noção do que é a paz, é confundi-lo com a paixão enfurecida - a qual é pobre de paz- seja ela: profissional, entre seres humanos ou até mesmo por um determinado objeto; e por último, sentir o amor sem saber o que é unir as diferenças é a maneira mais tola de dizer que a peculiaridade de cada um é dispensável.
Essência: três facetas num só mesmo corpo, três valores numa mesma dimensão de importância, e uma grande certeza, de tudo que se transforma, apenas a essência é o que nos faz únicos. No momento que deixamos perder a essência, cada faceta se desfaz, e caminham em cursos diferentes o homem espírito, o homem físico e o homem sentimento, perdendo-se o que de mais perfeito das imperfeições poderia existir: o ser humano.
Diante desta desenfreada quebra da essência, vivemos um mundo de iguais, não de seres que possuem os mesmos direitos, mas um mundo de iguais que não são capazes de serem diferentes e assim repetimos comportamentos, erramos muito mais que antes, pois esquecemos do mais importante: “ o essencial é não perder a essência”, e quanto mais simples mais complexo fica, o ser humano que se identifica como Maria ou como João, pois é difícil saber onde está aquele ser que erra, que chora, que perde, que luta e empobrece, mas não esquece de amar!
Tão raro e nobre é o ser humano que é capaz de amar, num mundo onde é bem mais fácil seguir sem o amor, dói menos a aparência, mas craveja a essência; e o que fica difícil existir é o ser humano: cheio de imperfeições assumidas e desmedidas, mas capaz de fazer o verbo virar carne, amar pela essência e não aquilo se vê no espelho- aquela imagem não passa de um simples adereço carnavalesco.

2 comentários:

  1. Nossa, Helena, que bacana sua escrita! Você se coloca no texto (ao menos foi o que me parececeu, depois do que pude perceber conversando com você), isso é muito interessante, deixa verdadeiro. Parabéns!
    Legal ter te conhecido!
    E como foi na prova?
    Abraço

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  2. Que bom que gostou de minha escrita!
    Te mandei email!
    Olha lá!
    Grande abraço!

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