segunda-feira, 11 de julho de 2011

Versos simples

Prometo escrever versos simples
Ouvir músicas serenas
Sentir o perfume das flores
Caminhar mansamente
Ter poucas palavras as perguntas
Falar bastante com o silêncio
Refazer-me como o sol ao amanhecer
E acreditar que a primavera está por vir
E novos versos virão
Não tão mais simples como antes
Mas menos complexos como agora
O outono já chega ao fim
E o que vejo é o verde do jardim
Dizendo-me que o frio vem logo depois
E aqueles novos versos simples
Hão de tornar-se no cobertor do inverno
Serão densos e complexos
Irão aquecer-me por todo o inverno
E aí desejarei novamente, aqueles versos simples
Pois com eles posso despir-me e não sentir frio
Posso chorar sem sentir dor
E sorrir sem sentir-me patética
Acredito até que posso esperar mais quatro estações
E quantas tantas outras o tempo me permitir
Pois serão os versos simples
Que farão perceber
Que entre tantos
Eu hei de amar: você!
 Passei tantas outras estações
A crer que o amor estava nos versos complexos
Era eu quem não te conhecia
E com a paixão te confundia
Fazendo-me distanciar todas as vezes que me seguia
Mas agora estou aqui
Pronta a repousar-me em meus versos simples
Contados pelo o sábio tempo
Que me ensinou
O momento certo de te receber em meu alento

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